Todos, sem exceção, estão lutando para alcançar a felicidade. O primeiro passo para atingir esta meta é superar a presente infelicidade. Desde pequenos assuntos individuais até os acontecimentos globais que fazem história, tudo são expressões das vidas humanas, em sua luta para alcançar a felicidade. Como, então, poderá a felicidade ser alcançada?
Toda pessoa se sente feliz quando seu desejo é satisfeito. A palavra “desejo”, porém, é apta a ser mal interpretada. A razão disto é que todos estão agora vivendo em circunstâncias que podem levar o desejo para a direção do mal, em vez da direção do bem. O “desejo” que resulta em iniqüidade não vem da “mente original do homem”, isto é, o seu ser íntimo, que se deleita na lei de Deus. O caminho da felicidade é alcançado quando a pessoa supera o desejo que leva para o mal e segue o desejo que procura o bem. A mente original do homem sabe que o desejo mau levará somente para a infelicidade e o infortúnio. Assim é a realidade da vida humana; o homem está tateando nas trevas da morte, procurando a luz da vida.
Por acaso já houve algum homem que, seguindo o caminho do desejo mau, tivesse conseguido encontrar a felicidade, em que sua mente original pudesse se deleitar? A resposta é “não”. Sempre que o homem atinge o objeto de seus maus desejos, sente a agonia de uma consciência ferida. Existem, porventura, pais que ensinem seus filhos a fazer o mal, ou professores que instruam seus estudantes a seguir o caminho da iniqüidade? Mais uma vez, a resposta deve ser “não”. É da natureza da mente original do homem odiar o mal e exaltar o bem.
Nas vidas de homens religiosos podem-se observar muitas tensas e implacáveis lutas para atingir o bem, seguindo apenas o desejo da mente original. Contudo, desde o começo dos tempos, nenhum homem jamais conseguiu seguir completamente sua mente original. Por esse motivo, a Bíblia diz: “Não há um justo, nenhum sequer; não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus” (Rm 3.10-11).
O Apóstolo Paulo, que teve de enfrentar tal maldade do coração, diz em lamentação: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus, mas vejo em meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está em meus membros. Miserável homem que eu sou” (Rm 7. 22-24).
Existe uma grande contradição no homem. Dentro do mesmo indivíduo o poder da mente original, que deseja o bem, está em violenta guerra contra o poder da mente má, que deseja o mal. Toda vida, toda matéria, estão fadadas à destruição, enquanto contiver tal contradição. Todos os homens que tiverem tal contradição dentro de si mesmos, estão vivendo à beira da destruição.
Será possível que o homem tenha sido criado com tal contradição? A resposta mais uma vez é “não”. Nada na criação poderia ter sido criado com tal contradição inerente. Portanto, a contradição deve ter-se desenvolvido no homem depois da criação. No Cristianismo, esse desenvolvimento tem o nome de “Queda do Homem”.
Devido à “Queda” o homem sempre se encontra à beira da destruição. Por isso ele faz esforços desesperados para remover a contradição, seguindo o bom desejo de sua mente original e repelindo o mau desejo de sua mente má.
Para a tristeza da humanidade, a resposta última à questão do bem e do mal ainda não foi atingida. Com respeito às doutrinas de teísmo e ateísmo; se uma for julgada boa, a outra deverá ser má. No entanto ainda não conseguimos uma teoria absoluta com respeito à questão do bem e do mal. Além disto, muitas pessoas continuam em total ignorância a respeito de respostas a muitas questões fundamentais, tais como: o que é a mente original, a fonte do bom desejo? Qual foi a origem da mente má, que causou o desejo mau? Ou, o que foi a causa fundamental da queda, que possibilitou ao homem conter tal contradição? Antes de poder levar uma vida boa, seguindo o desejo bom da mente original e repelindo o desejo mau, é necessário superar a ignorância e saber distinguir entre o bem e o mal.
Observada do ponto de vista do conhecimento, a queda humana significa a descida do homem à escuridão da ignorância. Já que o homem contém dois aspectos, o interno e o externo ou o espiritual e o físico, há também dois tipos de conhecimento, interno e externo e dois tipos de ignorância, interna e externa.
Ignorância interna, no sentido religioso, significa ignorância espiritual; isto é, a ignorância das respostas de questões tais como: Qual é a origem do homem? Qual é a finalidade de sua vida? Será que Deus e o mundo futuro existem? Que são o bem e o mal?
Ignorância externa é a ignorância da realidade física; isto é, a ignorância com respeito ao mundo natural, que inclui o corpo humano; como também a ignorância de questões tais como: Qual é a base do mundo material? De acordo com quais leis naturais ocorrem todos os fenômenos físicos?
Desde os primórdios da história até o presente, os homens, constante e assiduamente, têm procurado a verdade, com a qual possam superar esta ignorância e restaurar a luz do conhecimento. O homem tem lutado para descobrir a verdade interna através do caminho da religião. A ciência tem sido a trilha seguida para a descoberta da verdade externa.
A religião e a ciência têm sido métodos de procurar os dois aspectos da verdade, a fim de superar os dois aspectos da ignorância e restaurar os dois aspectos do conhecimento. O dia há de chegar quando a religião e a ciência hão de caminhar em um só caminho, para que o homem possa desfrutar da felicidade eterna, completamente liberto da ignorância, dirigindo-se para o bem, que a mente original deseja. Então haverá de vir a compreensão mútua entre os dois aspectos da verdade, o interno e o externo.
O homem tem se aproximado de uma solução para as questões fundamentais da vida, seguindo dois cursos diferentes. O primeiro curso é procurar a solução dentro do mundo material. Aqueles que seguem esta rota, pensando ser uma trilha sublime, rendem-se à ciência, orgulhando-se de sua onipotência e procuram a felicidade material. Contudo, será que o homem pode desfrutar da felicidade total se ele limita sua busca às condições materiais externas centralizadas no corpo físico? É possível à ciência criar um ambiente social agradável, no qual o homem possa desfrutar de máxima riqueza, mas poderia tal ambiente satisfazer os desejos espirituais do homem interior?
As alegrias passageiras do homem que se deleita nos prazeres da carne não são nada, quando comparadas com a felicidade experimentada por um homem que se devota a Deus. Não foi somente o Gautama Buda que, deixando a glória do palácio real, tomou a longa jornada da vida à procura do caminho. Sua meta era o lar perdido do homem; o seu estado antes da queda, o seu domicílio permanente, embora não soubesse onde encontrá-lo. Assim como o homem é completo e sadio quando a sua mente está em harmonia com seu corpo, assim também acontece com a alegria. A alegria do corpo torna-se completa e sadia, quando está em harmonia com a alegria da mente.
Qual é o destino da ciência? Até agora, o objetivo da pesquisa científica não incluía o mundo interno da causa, mas somente o mundo externo do efeito; não o mundo da essência, mas somente o mundo dos fenômenos. Hoje a ciência está entrando numa dimensão mais alta; não se preocupa somente com o mundo externo do efeito ou dos fenômenos, mas começa a examinar também o mundo interno da causa e da essência. Aqueles que tomaram a trilha da ciência estão agora chegando à conclusão de que sem a verdade relativa ao mundo espiritual da causa, isto é, a verdade interna, o homem não pode atingir a finalidade última da ciência, isto é, a descoberta da verdade externa, que pertence ao mundo externo do efeito.
O marinheiro que se puser a viajar no mar do mundo material, levado pelo barco da ciência à procura dos prazeres da carne, talvez encontre o litoral do seu ideal, mas logo descobrirá que aquilo nada mais é do que um cemitério preparado para sua carne. Mas quando o marinheiro, depois de ter completado sua viagem à procura da verdade externa no barco da ciência, vier a encontrar a rota marítima da verdade interna, no barco da religião, ele será capaz de terminar a sua viagem no mundo ideal, que é a meta do desejo da mente original.
O segundo curso do esforço humano tem sido na direção da solução das questões fundamentais da vida no mundo essencial da “causa”. A filosofia e a religião, que percorreram esse caminho, fizeram contribuições substanciais. Por outro lado, tanto a filosofia como a religião se encontram sobrecarregadas de muitos fardos espirituais. Em sua própria época, os filósofos e santos do passado foram pioneiros na abertura do caminho da vida, mas suas realizações freqüentemente resultaram no acréscimo de outros fardos sobre o povo da época atual.
Consideremos este assunto objetivamente. Será que já existiu um filósofo que tenha sido capaz de pôr fim ao sofrimento humano? Existiu alguma vez um santo que nos tivesse mostrado claramente o caminho da vida? Os princípios e as ideologias até agora apresentados à humanidade deram origem ao ceticismo, criaram muitos temas que devem ser desemaranhados e numerosos problemas que devem ser resolvidos. As luzes renovadoras, com as quais todas as religiões iluminaram suas respectivas idades, desapareceram com o decair de sua idade, deixando apenas pavios de faíscas enfraquecidas, brilhando tenuemente nas trevas que se aproximam.
Estudemos a história do Cristianismo. Por quase 2000 anos o Cristianismo cresceu, professou a salvação da humanidade e estabeleceu um domínio mundial. Mas, o que é do espírito cristão que projetou uma luz de vida tão brilhante que, mesmo nos dias da perseguição sob o Império Romano, levou os romanos a ajoelharem-se perante Jesus crucificado? A sociedade feudal medieval enterrou o Cristianismo vivo. Contudo, mesmo em seu túmulo, a tocha da reforma religiosa cristã brilhou de novo sobre as trevas ameaçadoras daquela idade. Não lhe foi possível, porém, virar a maré daqueles dias obscuros.
Quando o amor eclesiástico expirou, quando o desejo agitado da riqueza material varreu a sociedade da Europa e incontáveis milhões de pessoas das massas esfomeadas gritavam amargamente nas favelas industriais, a promessa de salvação veio, não do Céu, mas da terra. Seu nome era Comunismo. O Cristianismo, embora professasse o amor a Deus, transformou-se no corpo sem vida do clero arrastando chavões vazios. Era, pois, natural que uma bandeira de revolta fosse levantada contra um Deus aparentemente impiedoso. A sociedade cristã tornou-se o foco do materialismo. Extraindo adubo deste solo, o comunismo, a ideologia mais materialista de todas, cresceu rápida e desenfreadamente.
O Cristianismo perdeu a capacidade de superar a prática do comunismo e não foi capaz de apresentar uma verdade que pudesse sobrepujar a teoria comunista. Os cristãos observam o comunismo crescer dentro de seu próprio meio, expandindo o seu domínio sobre o mundo todo. Os cristãos, que ensinam e crêem que todos os homens são descendentes dos mesmos pais, não gostam de sentar-se com irmãos e irmãs com pele de cor diferente. Este é um exemplo representativo do Cristianismo de hoje, que é destituído da força vital para praticar a palavra de Cristo.
Virá, talvez, o dia em que tais tragédias sociais terminarão, mas existe um vício social que está além do controle de muitos homens e mulheres do dia de hoje: o adultério. A doutrina cristã afirma que este é o maior de todos os pecados. Que tragédia não poder a sociedade cristã de hoje bloquear este caminho de degradação para o qual tantas pessoas correm cegamente.
O que esta realidade representa para nós é que o Cristianismo de hoje está em estado de confusão, dividido pela túrbida maré da presente geração, incapaz de fazer coisa alguma pelas vidas das pessoas que foram atraídas pela fúria do redemoinho da imoralidade de hoje. Será, porventura, o Cristianismo incapaz de alcançar a promessa divina da salvação para a era atual da humanidade? Qual poderia ser o motivo por que até agora os homens de religião têm sido incapazes de realizar suas missões, mesmo tendo lutado com empenho e devotamento, em busca da verdade interna?
O relacionamento entre o mundo essencial e o mundo fenomenal é semelhante ao que existe entre a mente e o corpo. É o relacionamento entre a causa e o efeito, interno e externo, sujeito e objeto. Assim como o homem pode atingir a perfeita personalidade somente quando sua mente e seu corpo estiverem harmonizados em perfeita unidade, assim também o mundo ideal poderá ser realizado somente quando os dois mundos, o da essência e o dos fenômenos, estiverem juntos em perfeita unidade.
Como acontece no relacionamento entre a mente e o corpo, assim também não pode haver mundo fenomenal separado do mundo essencial, nem pode haver mundo essencial separado do mundo fenomenal. Do mesmo modo, não pode haver um mundo espiritual separado do mundo físico, nem pode haver felicidade espiritual separada da felicidade física. A religião até agora tem colocado pouca ênfase no valor da realidade diária; tem negado o valor da felicidade física a fim de enfatizar a consecução da alegria espiritual. Mesmo fazendo extremos esforços, o homem não pode cortar-se da realidade, nem aniquilar o desejo de ter a felicidade física que, como uma sombra, sempre o segue. Na realidade, o desejo de ter felicidade física, persistentemente se apodera dos homens de religião, conduzindo-os aos vales da agonia. Tais contradições existem mesmo na vida dos líderes espirituais. Muitos líderes espirituais tiveram um triste fim, dilacerados por tais contradições. Aqui está a principal causa da fraqueza e inatividade da religião de hoje: a fraqueza se encontra na contradição, que ainda não foi superada.
Também outro motivo tem conduzido a religião ao declínio fatal; o homem moderno, cuja inteligência está muito desenvolvida, exige provas científicas para todas as coisas. A doutrina religiosa, porém, que permanece inalterada, não interpreta as coisas cientificamente, isto é, a interpretação da verdade interna pelo homem (religião) e sua interpretação da verdade externa (ciência) não estão em acordo entre si.
A finalidade máxima da religião só pode ser realizada, primeiro, crendo na verdade, depois, praticando-a. Contudo, hoje não pode haver verdadeira crença sem conhecimento e compreensão. Nós estudamos a Bíblia para confirmar nossa crença através do conhecimento da verdade. A realização de milagres por Jesus e a revelação de sinais eram para levar o povo a sa-ber que ele era o Messias, tornando possível que eles cressem nele. O conhecimento vem da cognição e, hoje, o homem não pode ter cognição de coisa alguma, que não tenha lógica e nem prova científica. Para compreender alguma coisa, primeiro deve haver cognição. Assim, a verdade interna também requer prova lógica. A religião tem caminhado, através do longo percurso da história, para uma idade na qual ela deve ser explicada cientificamente.
A religião e a ciência começaram com as respectivas missões de eliminar os dois aspectos da ignorância humana. Em seus cursos, estas duas áreas de pensamento e investigação têm-se encontrado em um conflito aparentemente irreconciliável. Para que o homem possa atingir a boa finalidade do desejo da mente original, deve vir uma época em que uma nova expressão da verdade venha a existir, tornando a humanidade capaz de unir estes dois assuntos sob um só tema unificado. Estas duas matérias são a religião, que tem se aproximado da ciência, e a ciência, que está cada vez mais perto da religião.
Talvez desagrade a crentes religiosos, especialmente aos cristãos, aprenderem que deve surgir uma nova expressão da verdade. Acreditam que a Bíblia que agora têm é perfeita e absoluta em si mesma. A verdade, logicamente, é única, eterna, imutável e absoluta. A Bíblia, porém, não é a própria verdade, senão um livro de textos que ensina a verdade. Naturalmente, a qualidade do ensinamento, o método e a amplitude da verdade dada, devem variar de acordo com cada idade, pois a verdade é dada a povos de épocas diferentes, cujos níveis espirituais e intelectuais são diferentes. Portanto, não devemos considerar um livro de textos como absoluto em todos os detalhes (cf. Parte I, Capítulo III, Seção V).
A religião veio a existir como um meio de realizar a finalidade do bem, seguindo o caminho de Deus, de acordo com a intenção da mente original. A necessidade de variadas espécies de conhecimentos obrigou a aparição de várias religiões. As escrituras das diferentes religiões variaram de acordo com a missão da religião, com o povo que as recebeu e com a idade em que vieram. A escritura pode ser comparada a uma lâmpada que ilumina a verdade. Sua missão é espalhar a luz da verdade. Quando uma luz mais brilhante aparece, extingue-se a missão da antiga. Todas as religiões de hoje falharam em conduzir a presente geração do vale escuro da morte para o brilho da vida, de forma que deve agora surgir uma nova verdade, que possa espalhar nova luz.
Muitas passagens da Bíblia dizem que novas palavras de verdade serão dadas à humanidade nos “Últimos Dias”.
Qual será a missão da Nova Verdade? Sua missão será apresentar sob um só tema unificado, a verdade interna, que a religião tem buscado, e a verdade externa, procurada pela ciência. Deve também procurar superar tanto a ignorância interna como a externa do homem e oferecer-lhe o conhecimento interno e externo. Deve eliminar a contradição interna do homem, que é receptivo tanto ao bem como ao mal, ajudando o homem decaído a resistir ao caminho do mal e a alcançar a finalidade do bem. Para o homem decaído, o conhecimento é a luz da vida e tem a força da revivificação; a ignorância é a sombra da morte e a causa da ruína. Nenhum sentimento ou emoção pode ser derivado da ignorância; nenhum ato de vontade pode surgir da ignorância. Por isso, quando o conhecimento, a emoção e a vontade não funcionam devidamente no homem, não vale mais a pena vi-ver.
Já que o homem foi criado para ser incapaz de viver separado de Deus, como a vida deve ser infeliz, quando ele se encontra na ignorância sobre Deus! Contudo, será que o homem pode conhecer a Deus claramente, mesmo que diligentemente consulte a Bíblia? Além disso, como poderá o homem vir a conhecer o coração de Deus? A Nova Verdade deve ser capaz de nos informar sobre Deus como uma realidade. Deve também ser capaz de revelar Seu coração e sentimento de alegria por ocasião da criação, Seu coração partido e sentimento de dor, ao lutar para salvar o homem decaído, que se rebela contra Ele.
A história humana, tecida com vidas de homens que se inclinam tanto para o bem como para o mal, está repleta de narrativas de lutas. Estas lutas têm sido batalhas externas com respeito a propriedade, terras e homens. Hoje, porém, a luta externa está diminuindo. Povos de nações diferentes vivem juntos sem racismo. Lutam pela realização de um governo mundial. Os vencedores das guerras procuram libertar suas colônias, dando a elas direitos iguais aos direitos dos grandes poderes. Relações internacionais, anteriormente hostis e discordantes, são harmonizadas em torno de problemas econômicos semelhantes, ao moverem-se as nações para a formação de sistemas de mercado comum em todo o mundo. Enquanto isso, a cultura está livremente circulando; o isolamento das nações está sendo superado e a distância cultural entre o Oriente e o Ocidente está sendo interligada.
Resta, portanto, uma guerra final diante de nós, ou seja, a guerra entre as ideologias da Democracia e do Comunismo. Estas ideologias em conflito interno estão agora em preparação para outra guerra externa, estando ambos os lados equipados com armas terríveis. As preparações externas são, na realidade, para a luta de uma guerra interna (espiritual) final e decisiva. Quem haverá de triunfar? Todo aquele que acredita na realidade de Deus responderá: a Democracia. Contudo, a democracia de hoje não está equipada com uma teoria ou prática que seja suficientemente poderosa para conquistar o Comunismo. Por isso, para que a providência da salvação de Deus seja completamente realizada, a Nova Verdade deve levar toda a humanidade a um novo mundo de bem absoluto, através da elevação do espiritualismo defendido no mundo democrático a uma nova e mais alta dimensão, finalmente até mesmo assimilando o materialismo. Desta maneira, a verdade deve ser capaz de unir, em um só caminho absoluto, todas as religiões existentes, como também todos os “ismos” e idéias que existiram desde o início da história humana.
Algumas pessoas, de fato, se recusam mesmo a acreditar na religião. Não acreditam porque não conhecem a realidade de Deus e do mundo futuro. Contudo, mesmo que usem toda sua força para negar a realidade espiritual, é da natureza do homem aceitar e crer naquilo que é provado de maneira científica. É também uma manifestação da natureza inerente do homem sentir-se vazio, fútil e apreensivo consigo mesmo, se tiver colocado a finalidade máxima de sua vida no mundo externo das coisas diárias. Quando uma pessoa passa a conhecer Deus através da Nova Verdade, compreende a realidade espiritual e percebe que a finalidade fundamental da vida deve ser colocada não no mundo externo da matéria, mas no mundo interno do espírito. Todos os que estão percorrendo este caminho único haverão de encontrar-se um dia como irmãos e irmãs.
Já que toda a humanidade deverá encontrar-se desta maneira, como irmãos e irmãs, num destino único por meio desta Verdade única, como seria o mundo fundado sobre esta base? Seria o mundo em que toda a humanidade teria formado uma só grande família sob Deus. A finalidade da verdade é buscar e alcançar o bem, e a origem do bem é o próprio Deus. Por isso, o mundo realizado através desta verdade seria o mundo em que toda a humanidade viveria em maravilhoso amor fraterno sob Deus como nosso Pai. Quando o homem perceber que, ao fazer de seu próximo uma vítima para seu próprio benefício, o sofrimento que lhe advém do remorso da consciência é maior do que as vantagens que obtém de seu ganho injusto, descobrirá que lhe será impossível prejudicar seu próximo. Por isso, quando o verdadeiro amor fraterno aparecer no fundo do coração do homem, ele não poderá fazer nada que venha a causar sofrimento a seu próximo. Como isto se aplicaria mais ainda a homens que vivessem em uma sociedade, na qual tivessem experiência do sentimento real de que Deus é seu Pai, transcendente de tempo e espaço, que observa todas as suas ações, e que este Pai quer que nós nos amemos uns aos outros a cada momento? O novo mundo, que será estabelecido pela nova verdade, introduzirá uma nova idade em que a história pecaminosa da humanidade será liqüidada. Deverá ser um mundo no qual pecado algum jamais poderá existir. Na história humana até agora, mesmo os que acreditavam em Deus cometeram pecados. Sua fé em Deus tem sido na forma de conceito, em vez de ser na forma de uma experiência viva. Se o homem sentisse a presença de Deus e conhecesse a lei celeste de que os pecadores são mandados para o inferno, quem então ousaria cometer pecado?
O mundo sem pecado poderia ser chamado de “Reino do Céu”, mundo este que todos os homens decaídos há muito têm buscado. Sendo este mundo estabelecido como realidade na Terra, poderá ser chamado de “O Reino de Deus na Terra”.
Podemos assim chegar à conclusão de que a finalidade máxima da providência da salvação de Deus é estabelecer o Reino de Deus na Terra. Já ficou claro, da exposição anterior, que o homem caiu da graça e que a queda humana veio depois da criação do homem. Do ponto de vista da realidade de Deus, a resposta à questão sobre que tipo de mundo Deus originalmente desejava na criação, torna-se evidente (cf. Parte I, Capítulo III). Podemos aqui dizer, contudo, que este mundo é o Reino de Deus na Terra, no qual a finalidade da criação de Deus é realizada.
Por causa da queda, porém, a humanidade não tem sido capaz de realizar este mundo. Ao invés, o homem produziu o mundo do pecado e caiu na ignorância. Por isso, o homem decaído tem lutado incessantemente para restaurar o Reino de Deus na Terra, o qual Deus originalmente desejava. Ele tem feito isto, superando a ignorância interna e externa, para buscar o bem máximo, no decurso de todos os períodos da história humana. A história da humanidade, portanto, é a história da Providência de Deus, na qual Ele pretende restaurar o mundo em que a finalidade de Sua criação é realizada. Para restaurar o homem decaído de volta ao seu devido estado original, a nova verdade deve ser capaz de revelar a ele o seu destino final no curso da restauração, ensinando-lhe a finalidade original da criação, para a qual Deus criou o homem e o universo. Muitas questões devem, pois, ser respondidas.
Será que o homem caiu pelo ato de comer o fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, como diz a Bíblia literalmente? Se assim não foi, qual é a causa da queda humana? Como poderia o Deus de perfeição e beleza criar o homem com a possibilidade de cair? Por que razão Deus não pôde impedir que o homem viesse a cair, já que Ele, sendo onipotente e onisciente, devia saber que a queda viria a acontecer? Por que Deus não pôde salvar o homem pecaminoso em um só instante, sendo Ele todo-poderoso? Estas e muitas outras questões têm desassossegado a mente dos profundos pensadores e devem ser resolvidas pela Nova Verdade.
Quando se observa a natureza científica do mundo pode-se concluir que Deus, o criador, é a própria origem da ciência. Já que a história humana é a providência de Deus para restaurar o mundo à sua finalidade original da criação, deve ser verdade que Deus, o mestre de todas as leis, tem dirigido a história providencial com um plano e uma ordem. Por isso, é nossa tarefa urgentíssima descobrir como foi que a história pecaminosa da humanidade começou, que tipo de curso ela deve seguir, de que maneira será concluída, e a que tipo de mundo a Providência finalmente conduzirá a humanidade. A Nova Verdade, pois, deve ser capaz de resolver todas as questões da vida. Com o esclarecimento de todas estas questões, a realidade de Deus, como um ser absoluto que planeja e guia a história, não pode ser negada. Quando a verdade for conhecida, todos virão a compreender que os acontecimentos históricos que o homem viu e experimentou são as reflexões do coração de Deus, lutando para salvar o homem decaído.
Além disto, a Nova Verdade deve ser capaz de estudar claramente todos os difíceis problemas do Cristianismo, porque o Cristianismo tem um papel importante na formação da esfera cultural mundial. As pessoas intelectuais não podem satisfazer-se apenas ouvindo que Jesus Cristo é o filho de Deus e o Salvador da humanidade. Muitas controvérsias surgiram nos círculos teológicos no sentido de entender o significado mais profundo das doutrinas cristãs. Assim, a Nova Verdade deve ser capaz de esclarecer o relacionamento entre Deus, Jesus e o homem, à vista do princípio da criação. Além disso, as difíceis questões da Trindade devem ser esclarecidas. A questão sobre o motivo por que a salvação da humanidade por Deus foi possível apenas através da crucifixão de Seu filho, deve ser respondida. Quando vemos que nenhum pai pode jamais gerar um filho sem pecado, com direito ao Reino do Céu, sem redenção por um salvador, não é isto boa prova de que os pais ainda transmitem o pecado original a seus filhos, mesmo depois de seu próprio renascimento em Cristo? Esta investigação conduz a mais uma pergunta: até que ponto houve redenção pela cruz?
Tem sido vasto o número de cristãos, durante os 2000 anos de história cristã, que tinham plena confiança de terem sido completamente salvos pelo sangue da crucifixão de Jesus. No entanto, na realidade, nenhum indivíduo, lar ou sociedade foi estabelecido sem pecado. Na verdade, o espírito cristão tem estado na trilha do declínio dia após dia. Por isso, restam muitos problemas difíceis, conduzindo a uma contradição central entre a atual rea-lidade do Cristianismo e a crença da redenção completa pelo resgate da cruz. A Nova Verdade que buscamos deve explicar todas estas questões clara e completamente. Há mais questões como: por que Cristo virá de novo? Quando, onde e como virá? De que maneira a ressurreição dos homens decaídos será realizada? Qual é o sentido das profecias bíblicas que dizem que o céu e a terra serão destruídos por fogo e outras calamidades naturais? A Nova Verdade deve fornecer a chave de todos estes difíceis mistérios bíblicos, que estão escritos em parábolas e símbolos e deve fazer isto em linguagem clara, de modo que cada um possa entender, como Jesus disse em João 16.25.
Mediante estas respostas e somente mediante verdades claras, todas as denominações serão unidas, à medida que as divisões causadas por diferentes interpretações das passagens bíblicas forem eliminadas.
Esta Nova Verdade, máxima e final, porém, não pode vir nem da pesquisa sintética das escrituras ou da literatura, feita por algum homem, nem de cérebro humano algum. Como diz a Bíblia: “Urge que ainda profetizes de novo a numerosas nações, povos, línguas e reis” (Ap 10.11). Esta Nova Verdade deve aparecer como uma revelação do próprio Deus. Esta Nova Verdade já apareceu!
Com a plenitude do tempo, Deus enviou Seu mensageiro para resolver as questões fundamentais da vida e do universo. Seu nome é Sun Myung Moon. Por muitas décadas ele vagou em um vasto mundo espiritual à procura da verdade última. Neste caminho ele suportou sofrimentos ainda não imaginados por pessoa alguma na história humana. Somente Deus se lembrará disto. Sabendo que ninguém pode encontrar a verdade última para salvar a humanidade sem passar pelas mais amargas provas, ele lutou sozinho contra uma multidão de forças satânicas, tanto no mundo espiritual como no mundo físico e, finalmente, triunfou sobre todas elas. Desta maneira ele entrou em contato com muitos santos no paraíso e com Jesus, revelando assim todos os segredos celestes, mediante sua comunhão com Deus.
O Princípio Divino revelado neste Iivro é apenas parte desta Nova Verdade. Nós registramos aqui o que os discípulos de Sun Myung Moon até agora ouviram e testemunharam. Nós acreditamos com alegre expectativa que, com o passar do tempo, partes mais profundas da verdade serão continuamente reveladas. É nossa oração mais sincera, que a luz da verdade rapidamente encha toda a Terra.